Na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) a água com impurezas que retorna de casas, empresas e indústrias passará por várias etapas para ser despoluída e devolvida ao meio ambiente.
O esgoto é coletado na cidade de Leme por meio de dois coletores tronco, um que cobre a bacia do Rio Constantino/Ribeirão do Meio (região norte) e outro que capta os esgotos da bacia do Córrego Serelepe / Batinga (região sul). Ao chegarem à ETE, os efluentes residenciais e industriais coletado passam por quatro etapas do tratamento.
1. Gradeamento
O primeiro processo do tratamento é o gradeamento, onde são retirados os materiais maiores tais como objetos conduzidos e arrastados pelo caminho, como plásticos, etc os quais ficam presos nos sistemas de gradeamento que possui malhas com espaçamentos diferentes em vários níveis. A seguir o esgoto é bombeado por quatro grandes motores para a parte mais elevada da ETE, acontece a segunda etapa do tratamento.
2. Desarenadores
Na segunda parte do processo, o esgoto passa por desarenadores ou caixas de areia onde são retirados materiais sólidos granulares como areia, pedrisco, silte, cascalho, originado de lançamentos inadequados nas instalações como ligações clandestinas de águas pluviais, lavagens de piso, infiltrações na rede coletora, etc. Este processo é feito por um sistema mecânico no qual braços raspadores diametrais fazem a retirada da areia através de placas controladoras de fluxo de entrada, placas vertedoras de saída. A areia concentrada no fundo é removida pela bomba parafuso. Esta operação evita a abrasão em equipamentos como rotores de bombas, turbinas de aeradores, válvulas e tubulações, reduz obstruções em canalizações, calhas, caixas de manobra, poços de elevatórias, evita o acúmulo de sólidos em tanques de tratamento com redução de volume útil e do tempo de reação biológica e pré-condiciona o esgoto bruto favoravelmente aos processos de tratamento seguintes.
3. Lagoas de aeração
O próximo passo ocorre nas três lagoas de aeração. Nelas, o esgoto passa por um processo de depuração biológica. O sistema utilizado em nossa ETE é o biológico aeróbio: microorganismos, mediante processos oxidativos ativados pela aeração, degradam as substâncias orgânicas do esgoto, que se transformam em seu "alimento". Por isso, todo o esgoto lançado na ETE deve ser biodegradável. Caso produtos químicos sejam lançados no sistema eles poderão matar as bactérias prejudicando o processo de tratamento. O consumo de matéria orgânica pelas bactérias é medido através de um índice chamado DBO ou DBO-5. DBO é a quantidade medida de oxigênio necessária para oxidar a matéria orgânica contida em um litro de esgoto, num período de 5 dias em estufa.
Lagoas de decantação
Na última etapa do tratamento, o esgoto passa para as lagoas de decantação, onde as matérias orgânicas que ainda estão em suspensão vão para o fundo do tanque por gravidade. Depois dessa fase, a água, antes de ser devolvida ao rio, é monitorada e testada, a fim de que os parâmetros físico-químicos estejam em conformidade com a legislação.
Laboratório
A ETE possui um laboratório no qual são realizados testes de quantidade de oxigênio nas lagoas de aeração, de parâmetros da água devolvida ao rio.
Capacidade
A ETE tem capacidade de tratar esgotos da cidade até o limite de 150 mil habitantes. Atualmente, Leme tem cerca de 100 mil habitantes, o que significa que nossa ETE conseguiria atender até 50% mais habitantes que o número atual. A ETE possui um gerador para casos de falta de energia com capacidade de manter o tratamento com 100% de eficiência.